Avaliação Neuropsicológica: O que é e por que é realizada?
A avaliação neuropsicológica é um processo essencial na compreensão do funcionamento cognitivo, emocional e comportamental de um indivíduo. Ela faz parte de um processo de avaliação clínica e diagnóstica, analisando fatores psicológicos, biológicos e sociais para compreender se um conjunto de sintomas preenche os critérios para um transtorno psicológico, conforme estabelecido nos manuais estatísticos de saúde.
Como é feito esse processo de avaliação?
As técnicas utilizadas na avaliação neuropsicológica seguem critérios rigorosos e baseiam-se em evidências científicas. Isso significa que cada instrumento empregado precisa ter sua eficácia comprovada por pesquisas que demonstrem sua confiabilidade e validade.
Como avaliar a qualidade de uma avaliação neuropsicológica?
Para garantir que a avaliação seja precisa e confiável, três pontos principais devem ser considerados:
- Confiabilidade: Mede a consistência dos resultados. Imagine que você busca uma opinião médica sobre sua saúde e recebe quatro diagnósticos diferentes de quatro profissionais distintos. Isso indicaria baixa confiabilidade, pois os diagnósticos não são consistentes entre si. Em uma avaliação neuropsicológica de qualidade, profissionais diferentes devem chegar a resultados semelhantes diante das mesmas informações.
- Validade: Refere-se à capacidade da avaliação de medir aquilo a que se propõe. Para garantir a validade, os resultados são comparados a outras avaliações já validadas cientificamente. Assim, um diagnóstico confiável não deve se basear apenas em um único teste, mas na correlação de vários resultados.
- Padronização: Os resultados são comparados a dados de indivíduos com características semelhantes (como idade e escolaridade). Isso significa que, por exemplo, os testes aplicados a uma pessoa de 24 anos com ensino superior devem ser analisados com base em parâmetros adequados para esse perfil.
Quais são as etapas da avaliação neuropsicológica?
O processo avaliativo envolve várias etapas que devem ser aplicadas com critério e cuidado. As principais são:
- Entrevista clínica: Essa fase inicial é essencial para entender o histórico de saúde, comportamento, emoções, atitudes e queixas do paciente. Aqui, também podem ser coletadas informações adicionais com familiares, se necessário.
- Aplicação de testes neuropsicológicos: O profissional utiliza testes cientificamente validados para avaliar diferentes funções cognitivas, como atenção, memória, linguagem, habilidades motoras, aprendizado e raciocínio. Além disso, são observados aspectos emocionais e comportamentais, bem como o funcionamento intelectual do paciente.
- Análise e interpretação dos resultados: O neuropsicólogo analisa os dados obtidos, comparando-os com referências adequadas, para garantir um diagnóstico preciso e uma compreensão aprofundada da situação do paciente.
- Devolutiva: O paciente recebe um relatório neuropsicológico formalizado e participa de uma sessão de devolutiva, na qual o profissional explica os resultados, responde a dúvidas e pode sugerir encaminhamentos para tratamento ou acompanhamento.
Conclusão
A avaliação neuropsicológica é um processo detalhado e rigoroso, que vai muito além da simples escuta do histórico do paciente e da aplicação de testes. Para garantir sua qualidade, é essencial que o profissional tenha um conjunto de habilidades clínicas adequadas e que o processo seja conduzido com confiabilidade, validade e padronização.
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Artigo produzido por: Psicóloga e Pedagoga Jéssyca Galvão – CRP 01/20062, especialista em neuropsicologia, avaliação neuropsicológica, Altas Habilidades/Superdotação, terapia cognitivo-comportamental e psicologia de trânsito. Possui nove anos de experiência em psicologia clínica e é estudante de medicina.
Referência bibliográfica: BARLOW, David H. e colaboradores. Psicopatologia: uma abordagem integrada. São Paulo: Cenagem, 2020. p. 72.